A seguradora americana Chubb, que no Brasil estreou na década de 70 e ficou conhecida por atuar no ramo de automóveis de luxo — carteira vendida para a Porto Seguro anos atrás —, começa a tatear a venda direta de apólices ao consumidor.
Depois de uma eperiência bem-sucedida na oferta de seguros de vida numa parceria com o Nubank, com mais de 2 milhões de apólices ativas, agora, dentro da carteira de seguros de pessoas, é o segmento de viagens que ganha os holofotes, via marketing digital.
Até aqui, a estratégia de comercialização era por meio de parceiros, em especial as agências de turismo, mas o grupo percebeu que estava deixando de fora 75% dos consumidores que planejam suas viagens de lazer ou negócios de forma independente.
Pelos últimos dados da Susep, o seguro viagem movimentou em prêmios diretos R$ 854 milhões em 2023, um crescimento de 44,2% em relação a 2019, na fase pré-pandemia de covid-19.
Helena Cunha, diretora de seguro viagem e acidentes pessoais da Chubb, comentou que a companhia detém uma participação de 24,1% no segmento. Nas agências de viagem, o perfil de compradores de pacotes é formado principalmente (53%) por pessoas com 45 anos ou mais, sendo 71% das classes C, D, E. Já o consumidor que compra por conta própria é mais jovem, tem até 45 anos, e pertence às classes A e B. “A gente quer chegar nesse cliente”, afirmou a executiva em encontro com a imprensa. “Incluir o seguro no planejamento não vai impedir que os imprevistos ocorram, mas se acontecer, o viajante vai ter um suporte”, disse.
Despesas médicas e odontológicas, farmacêuticas, atraso e danos a bagagens e cancelamento de viagens estão no leque de coberturas. Os planos para viagens internacionais oferecem, por exemplo, indenizações entre US$ 15 mil e US$ 300 mil. Numa simulação para dois viajantes entre 55 e 60 anos por 20 dias para os Estados Unidos, o custo varia de R$ 405,62 a R$ 1.942,86, entre o plano mais barato e o mais caro. Ter uma presença global, em 54 países, com uma rede de assistência parceiras, é uma das vantagens que o grupo vai vender na sua comunicação.
O presidente da Chubb no Brasil, Leandro Martinez, diz ver uma correlação no aumento da demanda por seguro viagem após a pandemia. “Em todas as áreas houve um crescimento quando se olha os números do mercado. Talvez tenha ficado mais clara a percepção das pessoas que estão expostas a riscos”, afirmou. “No caso do seguro viagem você não contrata até ter a sua mala extraviada no México. A percepção de risco aumentou num sentido amplo.”
Cunha acrescentou que, com o advento da telemedicina, o atendimento também ficou mais fluido, já que o viajante pode ter acesso a um médico brasileiro se não for o caso de uma emergência. Tem todo o suporte desde a comunicação do sinistro, não é um serviço que contempla apenas reembolsos.
Questionado se a base do Nubank poderia ser uma forma de também fazer essa oferta, Martinez desconversou, afirmando apenas que é um grande parceiro, que topou lançar um seguro de vida em plena pandemia, em 2020. “É sempre um trabalho a quatro mãos.”
Fuente: Valor Globo
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