Barcelos - Essa é uma questão interessante, porque a gente precisa que o governo, enquanto Estado, utilize a verba de comunicação para campanhas de consumo e saudabilidade. O Brasil é um dos países que lidera o ranking de obesidade, então precisa haver uma campanha que envolva os ministérios da Agricultura, Desenvolvimento Social, Saúde, para que a população coma mais frutas. Defendemos que, investindo em campanhas, o governo economizaria no hospital, porque a população tende a ser mais saudável. As classes A e B têm mais conhecimento e acesso, mas não é realidade para todos. Outra questão é o tributo. A carga tributária para a fruticultura poderia ser menor.
UOL - O quanto o fator logístico influencia na formação de preço?
Barcelos - Os transportes são feitos por estradas, muitas vezes por estados longínquos. Além de fretes e pedágios, a cadeia de refrigeração nem sempre é adequada. Tem que ter políticas públicas incentivando condições adequadas para transporte, do contrário isso afasta o consumo da população.
UOL - A fruticultura nem sempre está inserida nas grandes discussões do agronegócio. Por que isso acontece? Há uma oportunidade de fazer mais políticas públicas para a fruticultura?
Barcelos - A fruta lá fora do país é muito mais valorizada. O setor aqui no Brasil é um pouco visto como "patinho feio". Por isso, a gente criou a Abrafrutas há dez anos, porque o próprio Ministério da Agricultura só via como agro as grandes commodities, a soja, o milho. Na fruticultura, segundo o IBGE, o Brasil planta 2,5 milhões de hectares de fruta e gera 5 milhões de empregos, ou seja, duas pessoas por hectare. Só perde o segmento de flores, que gera mais empregos por hectare. A soja, na média, gera um emprego a cada 200 hectares. Então, realmente, a fruticultura deveria ter uma atenção muito maior das políticas públicas.
Fuente: UOL
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