Única corretora entre as embaixadoras da Casa do Seguro na COP30, executiva aposta no acolhimento das equipes, na inovação e na credibilidade regulatória como motores de crescimento do setor
Há um ano no comando da Marsh Brasil, maior corretora de seguros do mundo, Paula Lopes consolidou-se como uma das principais vozes do setor. Preparada durante meses para concorrer ao cargo, com cursos e acompanhamento de coach, a executiva acreditava que teria um tempo de transição antes de assumir a presidência. Mas a nomeação foi imediata. “Senti um frio na barriga, mas fui muito acolhida por todos dentro e fora da empresa. Esse apoio foi fundamental e é exatamente o que busco oferecer às nossas equipes”, afirma.
Primeira mulher a ocupar a presidência da Marsh no país, Paula é uma “prata da casa”. Ingressou na companhia em 2008, liderou o Placement e o Marsh Specialty na América Latina e Caribe e foi responsável por inaugurar a Bowring Marsh no Brasil, transformando o posicionamento local da empresa no resseguro. Com mais de 25 anos de experiência, sua trajetória é marcada por proximidade com clientes, inovação e foco em soluções.
O estilo de liderança de Paula se apoia na valorização das pessoas e no compartilhamento das soluções do dia a dia. “No dia que assumi, o CEO global ligou para me desejar sucesso e se colocou pessoalmente à disposição para tudo que eu precisasse. Este apoio foi realmente um estímulo e tanto”, comentou.
A executiva reconhece que, em um mercado que cresce a taxas de dois dígitos há décadas, a falta de talentos é um risco relevante. Por isso, aposta no acolhimento e na inspiração de novas gerações para ingressar no setor. “Sem acolhimento e valorização das pessoas, qualquer estratégia pode correr riscos. Meu papel é garantir que todos tenham espaço e que vejam no setor uma oportunidade de carreira sólida e inovadora”, destaca.
O cenário atual do setor, segundo a executiva, é de forte competição. O mercado de resseguro vive um momento soft, caracterizado pelo excesso de capital e consequente redução dos preços, o que se reflete nos programas de seguros, especialmente das grandes empresas. Muitos clientes têm renovado contratos mais longos, de até 18 meses, para aproveitar essa conjuntura. No Brasil, os juros elevados funcionam como um colchão para as seguradoras, que aceitam reduzir preços técnicos porque conseguem compensar com ganhos financeiros das reservas.
Na estratégia global da Marsh, que reportou lucro líquido de US$ 1,21 bilhão no segundo trimestre de 2025, alta de 7,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, a América Latina tem papel central. O Brasil desponta como um dos países de maior destaque, tanto pela resiliência em atravessar crises políticas e econômicas quanto pelo potencial de expansão em diferentes linhas de seguros, como riscos cibernéticos, coberturas relacionadas a mudanças climáticas, saúde e vida.
Paula participará em breve de um encontro que reunirá representantes dos doze países da região, sob a liderança de Carlos A. Rivera, executivo que assumiu neste ano a chefia da Marsh McLennan para a América Latina. Lá, falará das oportunidades do Brasil e da importância da difusão da cultura de seguros no Brasil. “A tragédia do Sul, em 2024, com perdas econômicas acima de R$ 100 bilhões e apenas R$ 6 bilhões seguradas mostra o tamanho da lacuna de cobertura que temos. Esta tragédia trouxe questionamentos dos clientes em todo o país, que ficaram muito mais abertos a ouvir as soluções de seguros existentes no setor, saindo do pacote tradicional, e também em rever os valores de coberturas, necessidades de maior gestão de risco e atentos a urgência de se apostar em uma infraestrutura mais resilientes para as intempéries do clima”, contou.
Paula também acompanha com atenção o novo marco legal do setor, que tem dado muito trabalho operacional para todos se adaptarem até dezembro, quando a lei entra em vigor. Em grandes riscos ainda há algumas pendências, mas a executiva está confiante de que a adaptação trará benefícios. “O novo marco legal trará mais credibilidade e abrirá espaço para inovação, assim como foi em 2008”, disse, referindo-se a quando o mercado de resseguros foi aberto, colocando fim a um longo período de quase 70 anos de monopólio do resseguro.
Outro ponto central na sua gestão é a agenda de sustentabilidade. A executiva reforça que a Marsh terá papel ativo na COP30, em Belém, Pará, com presença de uma comitiva internacional e a realização de fóruns também em São Paulo e no Rio de Janeiro, diante das dificuldades de acomodação enfrentadas por diversas empresas de diferentes países em Belém. A pauta está em apoiar clientes na construção de resiliência diante das mudanças climáticas. “Queremos fomentar a conscientização sobre os riscos climáticos e a importância do seguro como parte da solução, principalmente no aumento da resiliência de infraestruturas estratégicas. A COP30 será um marco para esse diálogo”, diz.
A Marsh é uma das embaixadoras da Casa do Seguro, iniciativa inédita da CNseg, a confederação das seguradoras, na COP30, e a única representante entre os corretores de seguro nesse grupo. Além dela, estão as seguradoras Allianz, AXA, Bradesco Seguros, MAPFRE, Porto, Prudential e Tokio Marine. O espaço, situado próximo ao centro oficial do evento, terá 1,6 mil m² de área útil e reunirá plenária, salas de reunião, lounges de negócios, estúdio de podcasts, sala de imprensa, além de ambientes culturais e artísticos. Outras empresas do setor de re/seguros estarão presente na COP30, com outros grupos de investidores, como a Zurich Seguros, por exemplo.
A Casa do Seguro vai sediar debates temáticos, fóruns em parceria com entidades internacionais, reuniões bilaterais, apresentações de produtos e atividades culturais. A agenda será pautada por temas como proteção social e dos investimentos, finanças sustentáveis, infraestrutura resiliente, inteligência climática, seguros & agronegócio, descarbonização da frota brasileira e o papel do seguro no desenvolvimento industrial mais sustentável.
Fuente: Sohno Seguro
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